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BRASIL SABÃO
Brasil sabão,
Com tanta corrupção,
Nesse caso, político é a melhor profissão.
A justiça é lenta,
A espuma cobre as tormentas,
De uma desordem pública,
Que nem os Deuses agüentam.
O narcotráfico está em alta
Matar policial também.
O governo só fala,
Mas não protege ninguém.
Inocentes estão morrendo,
Deslizando nessa aguaceira.
O medo da população está crescendo,
E a violência comendo pelas beiras.
PM, civil, agentes e guardas municipais.
Até bombeiro, não vive mais em paz.
Não se sabe o que fazer.
O melhor é pedir pra Deus nos proteger.
Quem manda é o governo paralelo,
Lá os traficantes têm mais crédito.
Tornando a sociedade uma vítima,
Desses infratores e políticos pé-de-chinelo.
Sanguessugas e mensalão,
Pense num bando de ladrão.
Foliaduto não pode estar de fora,
Pois o irmão de nossa senhora,
Está no meio da confusão.
Que venha a eleição,
Vamos nos dar as mãos,
E mostrar para esses aproveitadores,
De quem é a decisão.
Até porque nosso país não é uma bolha de sabão.
A CAGANEIRA
Êta dor danada,
Não sabia o que fazer.
Ora ria ora chorava,
Pro banheiro vou correr.
A dor ia e voltava,
No banheiro a emoção.
Mas a danada da feze,
Não saia, não.
Tive um dia de rainha,
No trono eu fiquei.
Roguei por minha mãezinha,
Daí não mais chorei.
No vazo o tempo passava,
Me batia a solidão.
A agonia se destacava,
Gritei por meu irmão.
João vendo a situação,
Me socorreu com um chá.
Pegou em minha mão,
E eu me pus a delirar.
Depois de muita peleja,
Consegui e ri numa alteza,
Joãozinho exclamou, que besteira,
Ô merda dura pra provocar canseira.
A APRENDIZ
Não sei rimar,
Nem tão pouco falar.
Faço poesia por gostar.
Não se chatei, vou me aperfeiçoar.
E daqui a algum tempo tu vai adorar,
Implorando pra negrinha, aqui, recitar.
Métricas só complicam,
Palavras soltas facilitam.
Assim os poetas se arriscam.
O Drumond é o meu ídolo,
Jorge Amado do nordeste também.
Escritores iguais a estes não tem.
Dizem que estou louca,
De tanto declamar poemas sou rouca.
Ainda tenho que aturar a família,
Que me manda calar a boca.
Viva a liberdade de expressão.
Pena que o poeta potiguar durma no chão.
Mas graças ao apoio do SESI,
De fome ele não morre, não.
Bom, eu tenho outras em mãos, mas não estão finalizadas como as que acabo de postar. Acho melhor não colocá-las aqui.
Até breve.
Na segunda-feira, no decorrer do meu serviço, conheci uma senhora que escrevia poemas. Poemas de rimas pobres, mas muito interessantes. Seus poemas falavam de Deus, esperança, paciência e resignação. Ela transformou os poemas em música e nos informou que iria entregá-los a um pastor da igreja assembléia de Deus.
Ah, é bom que se esclareça que quando falo em rima pobre, não estou empregando a palavra pobre com sentido pejorativo, apenas estou utilizando a classificação das rimas de acordo com a sonoridade das palavras, bem como a classe gramatical que as palavras pertencem. A rima é um instrumento utilizado pela poesia que a designa como pobre ou rica. Particularmente, prefiro a rima pobre, pois tal rima torna o poema mais musical.
Quando li os escritos daquela mulher, lembrei das rimas pobres que eu escrevia quando adolescente. Esses textos antigos estavam guardados nas minhas velhas gavetas. Fui lá, revirei tudo e os tirei daquele mofo. Após lê-los cai na risada. Muito engraçada a forma como eu escrevia, um pouco piegas, um tanto inocente e infantil. O bom é que vou postar alguns para vocês rirem também.
Vejam: Versos irônicos, bobos e ambíguos.
ALTRUÍSMO ESTÁ EM EXTINÇÃO
Ninguém respeita ninguém,
Só conhece respeito quem tem,
Muito dinheiro e status também.
Ninguém pensa em ninguém,
O homem é egoísta, só pensa no seu próprio bem.
Para muitos, fôda-se quem não tem.
Os homens são materialistas,
Gente para eles, são os elitistas.
É muito fácil se servir das pessoas,
Difícil é suportar revolta quando a necessidade bate a sua porta.
Exploradores capitalistas,
Perseguem os operários grevistas.
Sugam os trabalhadores,
Que levam seus andores.
E são pisados na pista.
Aplique a solidariedade,
Pois a consciência manda.
E quem pensar em errar,
Do ato bom irá lembrar.
Pobres animais,
Se acham sul-reais.
Pena que as bestas amem mais.
Pobres e ricos,
Europeus ou não,
Ateu, protestante e cristão,
Pra quê tanta confusão?
Deus ama qualquer nação.
NÃO QUERO ME ENVOLVER
Triste estou,
Descobri que não presto,
Por magoar quem me amou.
Isto não nego.
Já sofri por alguém.
Hoje o peito aliviou.
Não mereço ninguém,
Pois a história não vingou.
Tenho medo de me entregar,
Para não voltar a sofrer,
Arrependida posso até berrar,
Mas não desisto de viver.
Desculpa, te fiz chorar.
Sei que não tens culpa,
Não nasci pra amar.
Sou uma filha da puta.
A desilusão é vilã,
O amor o protagonista,
Nessa novela de cão,
Nós somos dois artistas.
Mas o amor é uma phísis,
Vive de vai e vem.
Um ciclo ordinário,
Onde tudo volta a acontecer,
Hoje eu te amo,
Amanhã tu me fazes sofrer.
Amanhã coloco outros.
