sábado, 28 de março de 2009

Vida de Estudante.



Já faz duas semanas que não posto nada. E só agora tive tempo para me dedicar ao blog. Semana cheia na faculdade, muita coisa para estudar. Lembrando que não dormi terça-feira fazendo um trabalho e dormi mal todos os outros dias. Estou parecendo um zumbi, mas valeu a pena, o seminário foi um sucesso. Já quanto a prova, confesso que foi mais ou menos, não vou opinar, esperarei a professora corrigir para saber meu desempenho.


Totalmente sem vida social, às vezes me pergunto se vale a pena. Nós estudantes profissionais passamos mais que 50% da vida estudando para alcançar nossos objetivos, para se ter uma vida digna e ser bem sucedido profissionalmente. Muitas vezes nos isolamos do mundo e acabamos, forçadamente, trocando as rodinhas de amigos pelos livros. No meu quarto tem mais livros que roupas. Sou a típica anti-social por obrigação. E o tempo que arranjo para desopilar é logo após uma aula chata ou uma prova cansativa que me empurra para um barzinho, próximo a universidade, juntamente com as amigas. E cá para nós, isso não é lazer, mas distrai porque o álcool alivia a alma. Conclusão, bebi essa semana.


Por outro lado, esquecendo um pouco os pensamentos fatalistas, afirmarei sem receio que os conhecimentos que obtive na universidade são incalculáveis. Na verdade, o curso de serviço social foi um divisor de águas em minha vida, melhorei muito como pessoa. Acho que se o curso fosse compactado e oferecido como disciplina a população, durante o ensino de base, as pessoas e o mundo seriam melhores. Tendo em vista que todos tratariam o próximo, o outro, com mais dignidade, respeitando-o como cidadão, pondo em prática os princípios primordiais de nossa constituição, tais como universalidade e igualdade de direitos para todos sem distinção de raça, classe social e opção sexual.


Mas saindo da terra dos sonhos e aterrissando na dura realidade. Trabalharei amanhã o dia todo( 24 horas). Quanto ao domingo irei descansar e colocar a leitura em dia, tenho dois fichamentos e um artigo para fazer. É, rapadura é doce mas não é mole.


Até o próximo contato.


sexta-feira, 20 de março de 2009

O parente do falecido.


Noite de domingo mal dormida, que precede uma segunda-feira agitada. Acordei às 5 horas, olheiras acentuadas, cabelos revoltados, sono poderoso e a ILPI ( Instituição de Longa Permanência para Idosos) me esperando. Após vários dilemas e conversas comigo mesma, cheguei a conclusão que a responsabilidade de executar compromissos, nos engrandece como profissionais e conseqüentemente nos dar força para sair da cama.

Ao chegar na ILPI, recebo a triste notícia que um idoso veio a óbito. Essa foi a primeira vez que acompanhei a morte de um residente do abrigo. Fiquei ansiosa, impaciente e pensativa. Passei minutos imaginando como seria o procedimento da assistente social naquela situação, bem como lembrei de vários clichês ditos em velórios. Quanto a morte, não dediquei muitos pensamentos. Já filosofei o bastante sobre esse tema quando perdi o meu pai. Porém, todos os conceitos e explicações que formulei se exauriram com o passar do tempo.

Marliete, Clayton e eu fomos ao complexo hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel, juntamente com o motorista da kombi para reconhecimento do corpo do idoso. Marliete é a assistente social da instituição que me faz levantar todas as segundas e terças-feiras as 5 horas. Já o Clayton, ah... o Clayton é uma das figuras mais excêntricas que conheço. O cara é carioca, de mãe nordestina e pai gaúcho. Uma pessoa engraçadíssima, obcecada por fantoches e que adora açaí. Já deu para sentir o drama? Não? Tudo bem. Ele usa um óculos cômico que lembra o John Lennon, anda se arrastando, é sensível, evangélico e muito comunicativo. E em uma de suas investida na comunicabilidade, ele acabou entrando numa fria, literalmente, lá no Hospital..

Quando estávamos no hospital, após horas de espera, chegou o representante da funerária. Eu e Clayton fomos ao encontro desse homem tão esperado. Dirigimos-nos ao necrotério, enquanto Marliete esperava o maqueiro na entrada do Walfredo. Conversa vai, conversa vem, o homem dos caixões perguntou a Clayton se éramos da família do defunto. Clayton com ar de seriedade e compaixão afirmou ser parente do falecido. Logo após a declaração de Clayton, um homem forte, grotesco, com suor escorrendo na testa, todo de branco que se encontrava dentro do necrotério gritou: vem aqui vocês dois. Acatamos o chamado e demos de cara com as gavetas de câmara fria que conservam os cadáveres. Ficamos petrificados, não sabíamos se era por causa da situação ou pelo mau cheiro do local. O funcionário do hospital que nos invocou queria que reconhecêssemos o corpo. Quando ele falou isso, fomos desfazer o parentesco. Aproveitamos o alvoroço para deixar a tarefa melindrosa de reconhecer o cadáver com Marliete. Até porque estávamos com receio de apontar o corpo errado.

Minutos seguintes ao ocorrido, caímos na risada. Imagine aí se escolhêssemos o corpo errado. Vocês precisavam ver a cara de Clayton. Sem falar que os fenótipos do falecido e de Clayton não tinham nada em comum. O idoso era negro, estatura baixa e magro, na medida em que Clayton é alto, branco, possui cabelos claros e olhos verdes. Que situação em amigo? Obrigada, você foi a parte mais engraçada do meu dia.


sexta-feira, 13 de março de 2009

Gaveta Aberta


Gaveta Aberta

Gaveta aberta! Aberta ou violada, fraturada e forçada, toda revirada. Numa gaveta de verdade, numa gaveta de gente... há tantas coisas esquecidas, Lembranças encontradas de que não se lembravam mais...

Nas gavetas de nossas vidas há mais coisas do que textos. Há mais gente do que teses. Há poesia sem palavras, amizades nunca ditas, há resto de amores, esperanças ainda virgens... mas como nesta gaveta pode caber tanta vida, tanta emoção? As gavetas da minha vida são como um jardim secreto...

Será egoísmo ou pudor, reserva ou orgulho? Quem sabe, incapacidade? Por favor não desvendem, Ainda não, não abram não as gavetas da minha contradição.

(Henrique
)


Apresentaram-me esse poema nesta semana. Tem tudo a ver com o título do meu blog, e até mesmo comigo. Pena que não conheço o autor. A única coisa que sei é que ele se chama Henrique, de sobrenome ignorado.

Antes de escrever penso e planejo o que vou por no papel, ou melhor, no computador. Esse processo, vez e outra traz a tona algo do passado, pensamentos fortes que acarretam ora a limpeza, ora o caos nas gavetas de minha vida.

A cada palavra lida, um segredo desvendado. A cada crítica, um pensamento deturpado. Sempre me preocupando e evitando fazer exposição da figura, que loucura. Como alguém pode ser levado por opiniões de terceiros, ao ponto de se recolher e se fechar ao mundo inteiro? Quanta interrogação. A primeira coisa que vem a mente, de quem lê é: que moça pra sofrer de persuasão! Mas o mundo gira, a realidade é dinâmica. Não vou cair mais nessa não, porque o jardim secreto abre espaço para uma nova plantação.

E afirmo pro poeta que se trata de pudor ou encabulamento, ao que ele pois em dúvida, interrogando ser orgulho ou egoísmo desatento. Pra finalizar entre devagar, pois minha gaveta em reforma está.

quinta-feira, 12 de março de 2009

MAIS UM 8 DE MARÇO



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Domingo, 08 de março, foi comemorado o dia internacional das mulheres. Dia esse dedicado a reparação das desigualdades e explorações de gênero que vem ocorrendo historicamente sobre as pessoas do sexo feminino. Algumas mulheres depositam a essa data um quê de magia e de glamour. Vão as compras, desejam receber café da manhã na cama, como também esperam ganhar flores. Para essas, a data representa apenas mais um dia comemorativo. Não que eu não goste de flores, adoro recebê-las. Só que para muitas mulheres essa data não tem importância. É difícil comemorar o dia oito de março, se a cada 15 segundos uma mulher brasileira é agredida, de acordo com uma pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo. Como diz a formidável Cecília Toledo “O gênero nos une, a classe nos divide”. Devemos fazer deste dia, um dia de luta. Luta por direitos; luta por respeito; luta para que possamos ser reconhecidas como mulheres portadoras de direitos, almejando igualdade e esperando o respeito às nossas diferenças, quer sejam biológicas , quer sejam de qualquer outra espécie.

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Ainda falando no dia oito de março, um fato que me deixou atônita foi como a secretaria de segurança pública potiguar, sob a égide do governo estadual, homenageou as mulheres de nosso Estado. A polícia militar foi mobilizada, para o clássico natalense ABC x América, como de praxe. Até aí tudo bem.  Achei estranho o fato de escalarem trinta policiais militares do sexo feminino para distribuírem chocolates na entrada do Estádio Frasqueirão. Eram mulheres parabenizando mulheres, no dia das mulheres. Convenhamos, não teria um lugar mais propício à realização desta celebração, não? Em um lugar onde 90% dos frequentadores são homens, será que conseguiram atingir o público alvo desejado? O bom desta falta de planejamento proposital é que sobraram chocolates para quem estava distribuindo. Vejo que não foi dada a verdadeira importância ao fim último da missão, a parabenização as mulheres. Parece-me mais um marketing político do que o enaltecimento das mulheres que ali circulavam. Digo isso porque toda a mídia local estava presente para registrar aquele momento.

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Diante disso, não haverá espanto algum caso no dia das mães do próximo ano, seja designado um grupo de guerreiras militares para distribuírem chocolates na porta de uma maçonaria. (risos).

sábado, 7 de março de 2009

Mania Feia


Estou com uma mania horrível de observar erros de português na fala dos outros. É só alguém abrir a boca que os neurônios dão logo sinais. Fico a consertar mentalmente a concordância ou a pronuncia mal empregada. Mas detesto corrigir os outros, guardo esses detalhes só pra mim.

Certa vez, em uma palestra, uma mulher empregou em seu discurso o termo “a gente” de forma tão repetitiva que fiquei com saudades do pronome pessoal nós. Pensei logo como triste seria, caso houvesse a erradicação da língua culta. Desculpe-me se estou sendo chata, mas confesso que essa repetição me causou frustração, uma vez que a palestrante possuía, supostamente, certo grau de instrução. Por certo, devemos falar e usar o gênero textual de acordo com o receptor da mensagem, de acordo com o leitor. Acho que aquela senhora não foi feliz em sua colocação.Garanto que não haveria frustração, de minha parte, se a palestrante fosse uma mulher iletrada.

Em uma dessas loucuras minha de observar o discurso dos outros, cometi uma bela gafe. Uma colega pronunciou uma palavra, a qual eu não conhecia, e eu me achando muito entendida, pensei que a menina tinha inventado aquele adjetivo. Porém, ao pesquisar a palavra em casa, pude ver que eu não sei de nada. Não é que ela existe [risos]. Logo pensei, tenho que expandir meu vocabulário. Ao contar o ocorrido a um amigo, ele riu e disse: Existem três tipos de pessoas que cometem gafes, os que assumem, os que disfarçam e os que tentam remediar. Parabéns você assumiu. Aceitei os parabéns como consolo.

Tenho plena consciência que não sou a língua culta materializada, eu erro e muito. Contudo, alguns erros provocam desconforto aos ouvidos quando falados e aos olhos quando escritos. Só para você ter uma idéia do quanto cometo erros também, ontem escrevi em um e-mail apreendi quando o correto era aprendi. Troquei o z pelo s ao escrever “prese” do verbo prezar. Pena que só fui ver esses erros bobos após ter enviado o e-mail. Faltou revisar o escrito. [risos]


Espero que esta mania feia de correção seja momentânea.

sexta-feira, 6 de março de 2009

A CRIAÇÃO


Relutei um pouco em fazer um blog. Achava algo muito particular e sem privacidade. No entanto conheci o professor Henrique que me incentivou na criação deste diário virtual, o qual tem por idéia inicial gerar em mim o hábito da escrita.Não que eu não goste de escrever, é que sou insegura e tenho receio de documentar meus pensamentos.Talvez seja pelo fato de expor, a todos, o que passa em minha mente. Acho isso ruim porque não gosto do que escrevo. Penso também que isso se dar devido ao descrédito que deposito em meu português. Mas se é para melhorar a minha escrita, cá estou disposta a aprender e jogar ao vento minhas sentenças desastrosas.


Não sei se terei tempo e assunto para postar todos os dias, porém vou tentar não te abandonar.