
Noite de domingo mal dormida, que precede uma segunda-feira agitada. Acordei às 5 horas, olheiras acentuadas, cabelos revoltados, sono poderoso e a ILPI ( Instituição de Longa Permanência para Idosos) me esperando. Após vários dilemas e conversas comigo mesma, cheguei a conclusão que a responsabilidade de executar compromissos, nos engrandece como profissionais e conseqüentemente nos dar força para sair da cama.
Ao chegar na ILPI, recebo a triste notícia que um idoso veio a óbito. Essa foi a primeira vez que acompanhei a morte de um residente do abrigo. Fiquei ansiosa, impaciente e pensativa. Passei minutos imaginando como seria o procedimento da assistente social naquela situação, bem como lembrei de vários clichês ditos em velórios. Quanto a morte, não dediquei muitos pensamentos. Já filosofei o bastante sobre esse tema quando perdi o meu pai. Porém, todos os conceitos e explicações que formulei se exauriram com o passar do tempo.
Marliete, Clayton e eu fomos ao complexo hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel, juntamente com o motorista da kombi para reconhecimento do corpo do idoso. Marliete é a assistente social da instituição que me faz levantar todas as segundas e terças-feiras as 5 horas. Já o Clayton, ah... o Clayton é uma das figuras mais excêntricas que conheço. O cara é carioca, de mãe nordestina e pai gaúcho. Uma pessoa engraçadíssima, obcecada por fantoches e que adora açaí. Já deu para sentir o drama? Não? Tudo bem. Ele usa um óculos cômico que lembra o John Lennon, anda se arrastando, é sensível, evangélico e muito comunicativo. E em uma de suas investida na comunicabilidade, ele acabou entrando numa fria, literalmente, lá no Hospital..
Quando estávamos no hospital, após horas de espera, chegou o representante da funerária. Eu e Clayton fomos ao encontro desse homem tão esperado. Dirigimos-nos ao necrotério, enquanto Marliete esperava o maqueiro na entrada do Walfredo. Conversa vai, conversa vem, o homem dos caixões perguntou a Clayton se éramos da família do defunto. Clayton com ar de seriedade e compaixão afirmou ser parente do falecido. Logo após a declaração de Clayton, um homem forte, grotesco, com suor escorrendo na testa, todo de branco que se encontrava dentro do necrotério gritou: vem aqui vocês dois. Acatamos o chamado e demos de cara com as gavetas de câmara fria que conservam os cadáveres. Ficamos petrificados, não sabíamos se era por causa da situação ou pelo mau cheiro do local. O funcionário do hospital que nos invocou queria que reconhecêssemos o corpo. Quando ele falou isso, fomos desfazer o parentesco. Aproveitamos o alvoroço para deixar a tarefa melindrosa de reconhecer o cadáver com Marliete. Até porque estávamos com receio de apontar o corpo errado.
Minutos seguintes ao ocorrido, caímos na risada. Imagine aí se escolhêssemos o corpo errado. Vocês precisavam ver a cara de Clayton. Sem falar que os fenótipos do falecido e de Clayton não tinham nada em comum. O idoso era negro, estatura baixa e magro, na medida em que Clayton é alto, branco, possui cabelos claros e olhos verdes. Que situação em amigo? Obrigada, você foi a parte mais engraçada do meu dia.
Ao chegar na ILPI, recebo a triste notícia que um idoso veio a óbito. Essa foi a primeira vez que acompanhei a morte de um residente do abrigo. Fiquei ansiosa, impaciente e pensativa. Passei minutos imaginando como seria o procedimento da assistente social naquela situação, bem como lembrei de vários clichês ditos em velórios. Quanto a morte, não dediquei muitos pensamentos. Já filosofei o bastante sobre esse tema quando perdi o meu pai. Porém, todos os conceitos e explicações que formulei se exauriram com o passar do tempo.
Marliete, Clayton e eu fomos ao complexo hospitalar Monsenhor Walfredo Gurgel, juntamente com o motorista da kombi para reconhecimento do corpo do idoso. Marliete é a assistente social da instituição que me faz levantar todas as segundas e terças-feiras as 5 horas. Já o Clayton, ah... o Clayton é uma das figuras mais excêntricas que conheço. O cara é carioca, de mãe nordestina e pai gaúcho. Uma pessoa engraçadíssima, obcecada por fantoches e que adora açaí. Já deu para sentir o drama? Não? Tudo bem. Ele usa um óculos cômico que lembra o John Lennon, anda se arrastando, é sensível, evangélico e muito comunicativo. E em uma de suas investida na comunicabilidade, ele acabou entrando numa fria, literalmente, lá no Hospital..
Quando estávamos no hospital, após horas de espera, chegou o representante da funerária. Eu e Clayton fomos ao encontro desse homem tão esperado. Dirigimos-nos ao necrotério, enquanto Marliete esperava o maqueiro na entrada do Walfredo. Conversa vai, conversa vem, o homem dos caixões perguntou a Clayton se éramos da família do defunto. Clayton com ar de seriedade e compaixão afirmou ser parente do falecido. Logo após a declaração de Clayton, um homem forte, grotesco, com suor escorrendo na testa, todo de branco que se encontrava dentro do necrotério gritou: vem aqui vocês dois. Acatamos o chamado e demos de cara com as gavetas de câmara fria que conservam os cadáveres. Ficamos petrificados, não sabíamos se era por causa da situação ou pelo mau cheiro do local. O funcionário do hospital que nos invocou queria que reconhecêssemos o corpo. Quando ele falou isso, fomos desfazer o parentesco. Aproveitamos o alvoroço para deixar a tarefa melindrosa de reconhecer o cadáver com Marliete. Até porque estávamos com receio de apontar o corpo errado.
Minutos seguintes ao ocorrido, caímos na risada. Imagine aí se escolhêssemos o corpo errado. Vocês precisavam ver a cara de Clayton. Sem falar que os fenótipos do falecido e de Clayton não tinham nada em comum. O idoso era negro, estatura baixa e magro, na medida em que Clayton é alto, branco, possui cabelos claros e olhos verdes. Que situação em amigo? Obrigada, você foi a parte mais engraçada do meu dia.
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