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Domingo, 08 de março, foi comemorado o dia internacional das mulheres. Dia esse dedicado a reparação das desigualdades e explorações de gênero que vem ocorrendo historicamente sobre as pessoas do sexo feminino. Algumas mulheres depositam a essa data um quê de magia e de glamour. Vão as compras, desejam receber café da manhã na cama, como também esperam ganhar flores. Para essas, a data representa apenas mais um dia comemorativo. Não que eu não goste de flores, adoro recebê-las. Só que para muitas mulheres essa data não tem importância. É difícil comemorar o dia oito de março, se a cada 15 segundos uma mulher brasileira é agredida, de acordo com uma pesquisa feita pela Fundação Perseu Abramo. Como diz a formidável Cecília Toledo “O gênero nos une, a classe nos divide”. Devemos fazer deste dia, um dia de luta. Luta por direitos; luta por respeito; luta para que possamos ser reconhecidas como mulheres portadoras de direitos, almejando igualdade e esperando o respeito às nossas diferenças, quer sejam biológicas , quer sejam de qualquer outra espécie.
Ainda falando no dia oito de março, um fato que me deixou atônita foi como a secretaria de segurança pública potiguar, sob a égide do governo estadual, homenageou as mulheres de nosso Estado. A polícia militar foi mobilizada, para o clássico natalense ABC x América, como de praxe. Até aí tudo bem. Achei estranho o fato de escalarem trinta policiais militares do sexo feminino para distribuírem chocolates na entrada do Estádio Frasqueirão. Eram mulheres parabenizando mulheres, no dia das mulheres. Convenhamos, não teria um lugar mais propício à realização desta celebração, não? Em um lugar onde 90% dos frequentadores são homens, será que conseguiram atingir o público alvo desejado? O bom desta falta de planejamento proposital é que sobraram chocolates para quem estava distribuindo. Vejo que não foi dada a verdadeira importância ao fim último da missão, a parabenização as mulheres. Parece-me mais um marketing político do que o enaltecimento das mulheres que ali circulavam. Digo isso porque toda a mídia local estava presente para registrar aquele momento.
Diante disso, não haverá espanto algum caso no dia das mães do próximo ano, seja designado um grupo de guerreiras militares para distribuírem chocolates na porta de uma maçonaria. (risos).
Comentário bastante pertinente este seu. Como muitas datas (dia das mães, dos pais, natal, etc) o dia internacional das mulheres se torna mais uma jogada comercial. Ninguém lembra de fato o sentido dessa data, que representa não só um marco para nós mulheres, mas como uma simbologia universal de que nos avançamos de alguma forma. Mas ainda há muito o que se fazer,pois como dito mulheres ainda são violentadas constantemente, oprimidas, ainda ganhamos menos que os homens, e o principal, nossa auto afirmação perante uma sociedade que ainda preza pele ordem machista e patriarcal.
ResponderExcluirQuanto aos chocolates no campo de futebol... Será que em algum momento nos 45 do segundo tempo alguém lembrou-se que dia era aquele? Pois é, nem eu iria. Mas vai entender...
Parabéns pelo blog e pelas otimas colocações.